-Introdução:
1673 - Antoni van Leeuwenhoek coletou uma amostra do material incrustado em seus próprios dentes e observou através de um microscópio, observando algo parecido com a imagem abaixo, constituindo no primeiro relato oficial de microrganismos.
1828 - o microbiologista alemão Christian Gottfried Ehrenberg denominou esses micro-organismos de Bacterium.
1859 - Louis Pasteur demonstrou que o processo de fermentação era causado por tais micro-organismos e não pela geração espontânea. Pasteur e Robert Koch foram os primeiros cientistas a defender a teoria microbiana das enfermidades.
Koch passou a trabalhar com diversas doenças infecciosas como a cólera, o carbúnculo e a tuberculose, comprovando sua teoria. Descobriu-se, anos mais tarde, que doenças como a lepra e a gonorreia também eram de fundo bacteriano.
1910 - Paul Ehrlich desenvolveu o primeiro antibiótico que, seletivamente, coravam e matavam a bactéria Treponema pallidum.
Após muito estudo, a humanidade passou a entender que algumas espécies de bactérias têm seu lado bom. São usadas na indústria alimentícia, onde atuam na fabricação de iogurtes, queijos, vinagre e pão, por exemplo; participam do Ciclo do Nitrogênio; as bactérias geneticamente modificadas são usadas para produzir proteínas humanas, como hormônio do crescimento e insulina. Além disso, ao serem introduzidas em ambientes poluídos, as bactérias do gênero Pseudomonas, atuam na descontaminação.
-Quem são as eubactérias?
Há algumas décadas, os biólogos descobriram que, entre os organismos procarióticos até então chamados genericamente de bactérias, havia dois grupos bem distintos e pouco relacionados filogeneticamente, denominados eubactérias e arqueobactérias. Mais recentemente, foi descoberto que as arqueobactérias se pareciam mais com os organismos eucarióticos do que com as bactérias verdadeiras sendo chamadas apenas de arqueas. As eubactérias voltaram, então, a ser denominadas bactérias. São organismos unicelulares procarióticos.
-Morfologia:
O tamanho das bactérias é da ordem de milésimos de milímetro, ou seja, micrômetros (μm).
Se dividem em três tipos morfológicos fundamentais:
Cocos: são esféricas, elípticas. Os cocos podem se agrupar:
Diplococos: Dois cocos unidos.
Estreptococos: Cocos alinhados formando aceiras que lembram colares de contas.
Tétrades: Grupos de 4 cocos unidos (divisão em 2 planos).
Sarcinas: Oito cocos unidos formando um cubo.
Estafilococos: Cocos unidos como um cacho de uvas.
Bastonetes ou Bacilos: bastões curtos ou longos. Os bastonetes não se dispõem em tantos arranjos quanto os cocos, estando, isolados na grande maioria das vezes. Ocorrem em cadeias (estreptobacilos) ou aos pares (diplobacilos). Os bacilos muito curtos às vezes são chamados de cocobacilos.
Espirilos: forma de hélice, espiralar, sacarrolha. Ocorrem, predominantemente, como células isoladas, apresentando grandes diferenças entre si no que tange ao comprimento, largura, número e amplitude dos espirais.
Vibriões: têm forma de vírgula.
-Citologia:
As bactérias são seres desprovidos de membrana nuclear (carioteca) e, por isso, são chamados de organismos procarióticos. Seu material genético é um cromossomo circular constituído de DNA, que fica imerso no citoplasma, em uma região denominada nucleóide.
São muito mais simples que as células eucarióticas em todos os níveis, menos na questão do envoltório celular, uma vez que não possuem todas as estruturas internas dessas. A seguir apresentaremos alguns dos elementos estruturais fundamentais das bactérias.
Parede celular, externa à membrana celular: é responsável pela forma, rigidez bacteriana, divisão celular e muitas vezes pela manutenção osmótica. Ela é formada por peptidioglicano.
Membrana citoplasmática: caracteriza-se como uma membrana semipermeável, formada por fosfolipídeos e proteínas, que limita o citoplasma. Funciona como uma “porta” seletiva, que capta os elementos do meio exterior necessários para o metabolismo celular e libera para o exterior as substâncias que a célula produz (sejam elas excreção ou secreção).
Ribossomo: é responsável pela produção de proteínas. Ele é considerado, por muitos autores, uma organela não membranosa.
Mesossomos: são invaginações que se prendem aos cromossomos bacterianos durante a divisão celular e possuem enzimas relacionadas com a respiração celular aeróbica.
Plasmídios: pequenas moléculas circulares de DNA, separadas do cromossomo, que contêm alguns genes (como os que conferem resistência a antibióticos).
Pilis/Fímbrias: são cílios responsáveis pela troca de material genético entre bactérias no processo denominado de conjugação.
Flagelos: são filamentos proteicos responsáveis pela locomoção das bactérias.
-Habitat:
As bactérias estão em todos os lugares, no ar, na água, no solo, nos organismos vivos, como o corpo humano. Por causa de sua grande capacidade de adaptação, sobrevivem em muitos ambientes que não sustentam outras formas de vida, como em temperaturas extremas, nas profundezas escuras dos oceanos, em meio terrestre úmido e seco, e até mesmo em lugares desprovidos de oxigênio.
-Patogenicidades:
Clostridium tetani: causa o tétano, que afeta o sistema neurológico. Pode ser encontrada no solo, poeira e nas fezes de animais. A infecção começa quando a bactéria transmissora entra no corpo por meio de uma ferida, produzindo um veneno, que bloqueia os sinais neurológicos da coluna vertebral para os músculos. A melhor maneira de se prevenir o tétano é por meio da vacinação. Além disso, limpar bem as feridas e ferimentos pode reduzir o risco de danos.
Mycobacterium tuberculosis: causador da tuberculose, sua transmissão é direta, de pessoa a pessoa. A pessoa expele, ao falar, espirrar ou tossir, pequenas gotas de saliva que contêm o agente infeccioso, sendo aspirado por outra pessoa. A presença de desnutrição, diabetes, tabagismo, uso de drogas e queda da imunidade são fatores de risco. Esse germe tem algumas características diferentes, sendo melhor chamada de microbactéria. A microbactéria pode infectar vários órgãos, como pulmão, pleura, ossos, sistema nervoso, linfonodos, intestinos, sistema geniturinário. Causa rouquidão, fraqueza, perda de peso, febre, falta de ar, tosse, cansaço excessivo, entre outros. A prevenção inclui imunização infantil com a vacina BCG, evitar aglomerações, especialmente em ambientes fechados, e não utilizar objetos de pessoas contaminadas.
Klebsiella pneumoniae: causa a pneumonia. É grave e é caracterizada por escarro marrom-escuro e febre. É mais comum em ambientes hospitalizados, alcoólatras e pessoas com problemas pulmonares devido à sua incapacidade de eliminar as toxinas inaladas. Assim, deve-se ter cuidado ao contatar o paciente e manter as medidas básicas de higiene.
Haemophilus influenzae: É mais recorrente na fase infantil, causando meningite, bacteremia, pneumonia, traqueobronquite, otite média, conjuntivite e sinusite. Com a criação da vacina Hib, houve uma marcante redução da infecção, mas o contato com crianças menores de quatro anos que não foram imunizadas pode colocar os habitantes do ambiente domiciliar em risco.
-Reprodução:
As bactérias podem se reproduzir de forma assexuada ou sexuada.
Reprodução assexuada: se dá por divisão binária/bipartição, que consiste em um processo simples em que um indivíduo se divide em dois outros indivíduos idênticos. Uma célula mãe divide-se em duas outras células aproximadamente iguais que se desenvolvem até atingirem as dimensões da célula progenitora. Cada uma das células filhas recebe deste modo um par de núcleos.
Reprodução sexuada: se caracteriza pela troca de material genético (ou recombinação genética) entre bactérias. Tal troca se dá por meio de mecanismos como a conjugação, a transformação e a transdução. Através desses processos as células podem incorporar informação genética nova. Os novos cromossomos são repassados para as células-filhas, garantindo uma maior variabilidade genética.
A conjugação envolve a transferência de DNA (plasmídio) de uma bactéria doadora à uma receptora por meio da pili, que conecta ambos. A transformação consiste na aquisição de novas características genéticas por uma bactéria em decorrência da absorção de fragmentos de DNA de bactérias mortas, dispersos no ambiente. A transdução é a transferência de DNA de uma célula bacteriana para outra, por vetor vírus bacteriófago.
-Papel ecológico:
As bactérias realizam a decomposição da matéria orgânica do solo e dos oceanos (resto de alimentos e de animais) e são responsáveis pela liberação de elementos indispensáveis à vida. Esses minúsculos seres vivos mantêm a terra limpa, fértil e saudável. . E algumas bactérias ajudam as plantas a se nutrirem, pois transformam o nitrogênio em amônio e nitratos que podem ser absorvidos pelas plantas e reorganizados para formar aminoácidos e ácidos nucleicos, que contribuem para a formação do DNA. Além da participação no controle biológico de pragas, há o uso de bactérias na biotecnologia. Algumas espécies são imprescindíveis nas pesquisas que envolvem modificações genéticas, pois elas auxiliam no transporte dos genes para o genoma do indivíduo modificado em laboratório. Até mesmo o nosso corpo depende delas para a quebra de enzimas e absorção de nutrientes. Assim, as bactérias são os organismos vivos mais importantes para a manutenção da vida.
-Papel econômico:
As bactérias podem ser programadas, através da engenharia genética, para produzir a insulina. Esse hormônio é de suma importância para controlar a taxa de açúcar no sangue, garantindo níveis apropriados à sobrevivência humana. No campo da estética pessoal, as bactérias também estão sendo utilizadas, ou melhor, sua toxina é posta em ação. É o caso da toxina botulínica (o "botox") que serve para paralisar, por um período, a musculatura do rosto (linhas de expressão), evitando as rugas da idade. Há ainda outras bactérias que transformam respectivamente, a amônia liberada pela urina dos animais em nitrito e o nitrito em nitrato, o que aumenta a fertilidade do solo. Quanto à nossa alimentação, as bactérias são utilizadas para a fabricação de iogurtes, por exemplo. Elas são capazes de transformar o açúcar contido no leite (lactose) em ácido láctico.
-Antibióticos:
Os antibióticos atuam de diferentes maneiras nos micro-organismos. Considerando os antibióticos que agem em bactérias, temos aqueles que evitam a sua multiplicação e aqueles que destroem as bactérias. Os modos de ataque variam, podendo ser: a inibição da síntese de proteína; a inibição da síntese de RNA; o bloqueio da replicação do DNA; a interferência na permeabilidade da membrana bacteriana, entre outros. No caso da penicilina, por exemplo, seu modo de ataque é bloquear uma determina enzima utilizada por bactérias na produção de suas paredes celulares.
-Referências:
2. www.mundoeducacao.bol.uol.com.br
4. www.abcdamedicina.com.br
5. www.educacao.globo.com
12. www.educacao.uol.com.br
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